26 de set. de 2016

The Slow Professor

O livro The Slow Professor: challenging the culture of speed in the Academy, lançado pelas Maggie Berg e Barbara Seeber questiona a atual configuração das universidades e o impacto de políticas neoliberais sobre a produção do conhecimento, tanto sob a ótica do direcionamento da pesquisa a interesses econômicos quanto dos processos de gerenciamento das próprias universidades.

Em tempos de publish or perish, como fica a qualidade do trabalho acadêmico? Que relações pessoais e profissionais estamos fomentando em um ambiente de constante competição? A obra Slow Professor é leitura recomendada para quem questiona em sua vida pessoal a lógica de não ter tempo para nada (às vezes nem para se alimentar direito!) e de produzir sem descanso – sempre com excelência, é claro. Mas será que isso é possível? É possível produzir constantemente, com brilhantismo?

As autores defendem a ideia de que não é possível aliar produtivismo acadêmico com excelência e brilhantismo.

"Um dos temas centrais é a questão do tempo. Como o trabalho acadêmico permite uma certa flexibilidade (ainda mais com o desenvolvimento de novas tecnologias de comunicação e pesquisa online) e é um tipo de trabalho contínuo, que dificilmente acaba quando se deixa o campus universitário, há um verdadeiro transbordamento do trabalho para a vida pessoal, com o crescimento de uma sensação de se estar trabalhando “o tempo todo”. Isso gera uma angústia e um estado mental de exaustão que é, em essência, contraprodutivo. O desenvolvimento de pesquisas, novas ideias e teorias depende, essencialmente, de tempo de livre pensar; um tempo que está em falta no modelo da atual estrutura universitária."

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“... nunca [...] plenamente maduro, nem nas idéias nem no estilo, mas sempre verde, incompleto, experimental.” (Gilberto Freire)